quinta-feira, 26 de junho de 2008

Noite mágica de Sexta-feira.


Em uma noite, estava andando pela rua e do nada vi um elfo!
Bom, na verdade não era um elfo e sim, como eu posso dizer, era uma elfa!(se for correto chama-la assim...)

Tinha uma beleza contagiante e parecia ser só um pouco mais nova do que eu.
Comecei a segui-la, ventava muito e seus cabelos ruivos pairavam sobre o vento...
Ás vezes ela olhava para trás como se soubesse que eu a seguia, como se estivesse gostando, como se estivesse brincando comigo e eu continuava andando discretamente.

Nessa noite se ouviam pássaros cantando e às vezes também se via um par de borboletas brancas, dançando por entre os arbustos, próximos a calçada.

Andava e às vezes saltitava entre as árvores e cantava ou melhor sussurrava aquelas cançõezinhas de ninar e continuava seguindo sozinha pela noite.

Às vezes nos cruzamos com algumas pessoas perdidas naquele horário, mas era como se só eu a pudesse observar, ninguém à reparava além de mim.

Em uma esquina ela parou, nessa hora ventava muito mais forte, reparei que dos teus cabelos nasciam pequenos galhos e o vermelho agora se misturava com pequenos pontinhos verdes que eram nada mais que pequenas folhas que se desprendiam do seu cabelo e voavam em minha direção, calmante ela se virou para mim e com um sorriso discreto foi contornando a esquina... Era como se flutuasse por entre o luar que se emanava pelas frestas dos edifícios residenciais que haviam ali...

Corri e não à vi mais...

Foi como se ela desaparece por entre o vento e o luar da noite quase fria de sexta-feira.



Texto oferecido para May, que ainda acredita em elfos...


(texto e desenho: Rodrigo Guimarães)
Desenho a feito a mão com um toque de Photoshop.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Como eu me sinto.


Hoje?

Não me sinto bem... Também não me sinto mal.
Não me sinto alegre nem muito feliz.
Não me sinto amado e também não me sinto odiado por ninguém.
Amor, ódio, compaixão?

Posso dizer que me sinto "normal" como é a maioria dos meus dias.
Sinto frio, sinto fome, sinto o gosto do bolo que comi essa manhã, sinto a felicidade como também sinto um pouquinho de ódio.

Sinto muita falta de quem se foi... e sinto muita felicidade de ver minhas meninas crescendo.
Sinto saudades dela e além da saudade eu sinto falta de mim.

Sinto coisas que ainda não inventaram palavras para expressar.

Sentimentos?

Quantos existem?
E quantos mais eu vou descobrir?

Não sei...

Só sei que eu os sinto e não há nada que eu possa fazer.


(texto:Rodrigo Guimarães; foto: Rodrigo e Roberta Guimarães)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O nada pulsa em meu peito.


Eu? Quem sou eu? Nada... No fundo, no fundo, no fundo, eu não sou e sou o nada... Embaixo de muitas coisas, sim, de muitas coisas... Mas a resposta é essa. Nada. O que há dentro de mim, o que há de mais vivo em mim, é o nada... O nada que, acredito, todos nós somos... Uns com mais intensidade, outros com menos... Mas não quero saber do nada dos outros... Quero saber do meu nada... O meu nada? Meu? Ah, eu é que sou dele... Não dá para ter nada. Só é possível ser tido pelo nada. Mas geralmente fico longe, muito longe de mim mesmo, longe do nada que sou... Preciso atravessar muitas camadas até chegar lá, em mim mesmo, lá na minha essência vazia, lá na minha mais profunda inexistência... O ser é algo que só podemos estar, não algo que podemos ser. Não dá para ser o ser. Ser mesmo, ah, só podemos ser nada. Bom, não sei como é para os outros... Mas comigo é assim, acho que é assim, sinto que é assim. Acreditar em Papai Noel? Em Deus? Ah, isso veio depois. São camadas. Ser anarquista? Ser ateus? Camadas e mais camadas. Nem acredito em Deus, nem sou ateu. Também não sou filósofo, nem poeta, nem nada. Nada. As coisas do ser, não sou nenhuma delas. Pertenço ao nada.

inspirado no texto do Rodrigo "Quem é você?"


Texto feito pelo meu grande amigo e filosofo Murilo Seabra que complementa a minha idéia do texto "Quem é você?"



(texto: Murilo Seabra; foto: Rodrigo Guimarães)

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Quem é você ?


Às vezes não sei quem sou.


Durante o dia eu sou tantas pessoas.
Sou filho, sou irmão, sou pai, sou amigo, sou marido, sou namorado (...)
E tento ser o melhor em todos esses "EUs".
Sou tantas pessoas que eu até esqueço quem eu sou.
Às vezes acho que nem tenho tempo para ser eu mesmo.

Às vezes, acho também, que o que eu gosto na verdade eu não gosto, e que "algo" me faz gostar dessas coisas e esse deve ser o motivo de eu gostar e desgostar tanto.

Quando eu saio fico pensando se fui eu mesmo que escolhi aquele refrigerante, se sou eu mesmo que cumprimento o porteiro todos os dias pela manhã, porque não sei você leitor, mas quando acordo não sou eu e eu ainda tenho consciência de que esse ser amanhecido com a cara amassada realmente não sou eu... Ou sou?

Gostaria muito de saber como eu seria se eu tivesse sido criado sem a influência de ninguém, nem dos meus pais nem da mídia nem das escolas nem de nada, talvez assim eu soubesse quem eu sou de verdade e conseguiria alem de me entender melhor, entender melhor as todas as pessoas.

Você já imaginou como seria se você pudesse ser você mesmo durante um dia? Sem ter que seguir regras sem ter que obedecer ninguém e muito menos dar satisfação, como seria esse dia se você pudesse fazer tudo o que você quisesse fazer?

Tente ser você mesmo tente fazer o que você quer, não se prenda em apenas uma idéia em apenas uma profissão ou menos em um caminho, você tem que ser o que você quer, quando você quer, e é isso que nos faz ser livres!

Talvez eu seja uma mistura de todos esses.

E de tantas tentativas fico aqui tentando fingir ser eu mesmo.



(texto e foto: Rodrigo Guimarães)